Linda tarde de Sol levou algumas centenas de salgueiristas a Guilhabreu, num campo com poucas condições para os albergar, mas que nem por isso coibiu o clube da casa de cobrar os 5€ da praxe.

O onze foi o mesmo da última jornada mas a agressividade e competitividade não. Se aqui se apontava na antevisão que o segredo para a vitória seria encarar o adversário não como o último classificado mas como se fosse o 2.º, infelizmente tal não aconteceu e o Salgueiros acabou por dar 45 minutos de avanço ao Guilhabreu. A entrada em jogo foi muito pouco agressiva ou pressionante e basta ver o saldo final desses 45 minutos: apenas um cruzamento perigoso logo aos 3’ por Moreira e um remate bastante ao lado por Nicola.

As dificuldades com o piso muito duro, bem como com as próprias bolas eram evidentes, quer nas recepções, quer na qualidade dos passes. A equipa jogava quase exclusivamente só pelo lado esquerdo, mas era incapaz de fazer o habitual: colocar a bolas nos flancos para os alas desequilibrarem e cruzarem para a área. Quando tentou jogar directo os passes saíram mal, ou encontravam um Quim Simões muito isolado, sistematicamente a sofrer cargas, sendo que apenas algumas delas foram assinaladas. Mas mesmo as poucas bolas que conseguiu ganhar, não deram em nada, dada a distância a que estavam os seus companheiros, nunca conseguindo chegar à 2.ª bola.

O Guilhabreu entrou no jogo bastante pressionante e agressivo, mantendo-se com uma boa organização defensiva, e sempre com enorme entrega na disputa de todos os lances. Aos 39’ e 43’ acabou por ter um remate de cabeça e outro de fora da área que passou pouco por cima, mas a sua estratégia de jogo estava essencialmente vocacionada para defender, e isso foi fazendo bem. Mais do que tudo foram 45’ aborrecidos, sem motivos de interesse, com o Salgueiros 08 algo adormecido a parecer acreditar que a vitória chegaria naturalmente e sem muito esforço.

O Salgueiros regressou do intervalo diferente: cedo impôs mais ritmo ao jogo e nos primeiros 15’ conseguiu encostar o Guilhabreu à sua área e finalmente jogar um pouco mais próximo do seu nível habitual. Começaram a surgir cantos e Carminé fez um primeiro remate logo aos 47’. No meio campo a luta começava a pender para o lado do Salgueiros que finalmente já conseguia ganhar muitos dos lances divididos.

Seguiu-se a grande oportunidade para o Salgueiros aos 51', num grande remate de Carminé de ângulo difícil que embateu no poste, sendo que no seguimento do lance Gonçalo teve oportunidade de finalizar na pequena área mas rematou ao lado.

Entre os 65’ e 70’ acabou o melhor período do Salgueiros, já depois de Pedro Reis ter tentado dar apoio a Quim Simões trocando Carminé por Diogo, colocando este na frente ao lado de Quim.

Aos 65’ num lance de bola parada o Guilhabreu teve a sua única finalização na segunda parte, com um jogador a cabecear sem oposição no segundo poste, já na pequena área.

Os últimos 15’ foram de pressão progressiva do Salgueiros, que foi optando cada vez mais pelo jogo directo para a área, arriscando cada vez mais. O último risco foi deixar Nicola a cobrir todo a flanco esquerdo, com a saída de Moreira.

O Guilhabreu tentou aproveitar esta postura de risco para contra atacar e teve alguns momentos que poderia ter criado perigo, mas a defesa do Salgueiros teve sempre bem a matar estes lances.

A última oportunidade para o Salgueiros chegou aos 80’, num canto da direita a que Monteiro chegou para rematar para boa defesa em cima da linha de golo, com Pedrinho a recarregar já muito em cima do guarda-redes para a barriga deste.

Já em descontos o árbitro deixou uma grande penalidade por marcar a favor do Salgueiros.

O saldo deste jogo são 2 pontos a menos somados para o Salgueiros, num jogo em que a equipa depois de 45’ de alguma apatia, falta de agressividade e inspiração, tentou adaptar-se ao terreno com um futebol mais directo podendo ter marcado na segunda parte. Mas no geral em termos ofensivos a equipa criou muito menos oportunidades do que é habitual, não sendo por isso totalmente de espantar o nulo final.