Bingos perdem quase 3,5 milhões
in Correio da Manhã 21/11/11, Diana Ramos
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Crise afasta clientes e salas não param de fechar

Com o apertar do cinto imposto pela troika, os portugueses estão a deixar de lado os jogos de azar. No espaço de um ano, os bingos de norte a sul do País perderam 3,5 milhões de euros em receitas. A associação do sector estima que mais salas venham a fechar as portas.
Os números cedidos ao CM pela Associação Portuguesa de Bingos (APB) mostram que, no final do terceiro trimestre deste ano, os bingos tinham arrecadado 46,2 milhões de euros em receitas. No mesmo período de 2010, esse valor ascendia a 49,7 milhões, o que representa uma queda equivalente a 3,5 milhões de euros em termos homólogos.
A maior parte desta fatia foi perdida em bingos sediados em clubes desportivos - como os conhecidos Boavista, Belenenses e Académica. Nestes espaços, as receitas caíram quase 2,4 milhões de euros, em comparação com o ano anterior, para um total de 34,6 milhões de euros.
Segundo Ivo Doroteia, presidente da APB, com a introdução dos cartões de 50 cêntimos por parte do Estrela da Amadora - clube "entretanto insolvente" - em Abril de 2010, "as demais salas do País foram directamente e inevitavelmente prejudicadas".
O responsável não tem dúvidas de que esta nova política "levou ao encerramento de salas em 2010 e 2011", admitindo que "para 2012 já se prevê [o fecho] de, pelo menos, mais três a seis espaços". "Com as óbvias consequências negativas para as receitas do Estado e para o desemprego", acrescenta.
Em 2001, existiam em Portugal 30 salas de bingo. O número tem vindo a cair, fechando o ano de 2010 com apenas 21 espaços. Este ano, com o encerramento do Olímpia e do Brasília, ambos no Porto, contabilizam-se só 19. Aliás, o fecho destas duas casas acabou por beneficiar o bingo do Salgueiros, que viu as suas receitas aumentarem em 2,3 milhões de euros, no espaço de um ano, para um total de 6,8 milhões.

OLÍMPIA E BRASÍLIA ABREM PORTAS E MANTÊM POSTOS
Os bingos Olímpia e Brasília, ambos no Porto e encerrados desde Janeiro, vão voltar a abrir portas.
O Ministério da Economia atribuiu a concessão do Brasília à Pauta de Flores, enquanto o Olímpia ficará para o Grupo Saviotti. O contrato acordado com o Governo contém uma cláusula que prevê a manutenção dos cerca de 90 postos de trabalho. As duas salas eram concessionadas pela Varzim Sol, que depois cedeu a exploração à Sociedade Nortenha de Bingos.
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