Pedro Reis, Renato e Leão, abraçados ao passado, presente e futuro do Salgueiros, seja ele Sport Comércio ou 08, identidades que se msituram e incorporam na história do emblemático clube do Porto, sedeado em Vidal Pinheiro, local que simbolicamente amparou esta reportagem. Três pesos pesados como jogadores na célebre equipa de Paranhos, especialmente triunfadora sob a batuta de Zoran Filipovic, Mário Reis ou Carlos Manuel, e que disputou anos a fio a Liga entre o final da década d e80 e inícios dos anos 90, carimbando mesmo um acesso àTaça UEFA em 1990/91. Os três estão, agora, centraos unidos na missão de devolver o orgulho e a honra ao Salgueiros, que sucumbiu às dívidas na entrada do século XXI.

Pedro Reis, defesa-central e histórico capitão do "Salgueiral", nunca deixou de estar ligado à causa, já vai com longos 22 anos de casa, virou treinador e foi o homem da subida do Salgueiros 08 à I Divisão da AF Porto, no ano zero do relançamento do futebol sénior. Com uma carreira de futebolistas praticamente gémea, que teve passagens simultâneas pela formação do FC Porto, Salgueiros, Sporting, U. Leiria e Leixões, Leão (38 anos) e Renato (36) assumiram, respectivamente, o comando técnico de juniores A e B do emblema portuense. Ilustres, figuras modelares para os mais novos, a presença dos três indicia categoricamente que o Salgueiros está a sair do coma. Os novos tempos são de renovação permanente e de avidez absoluta por um regresso ao passado.

"Isto deixou de ser uma vida, é uma causa", resume Pedro Reis a força de um sentimento que carrega há 22 anos.

"O Renato e o Leão mostraram-se disponíveis e são mais-valias neste projecto pelo histórico que têm na casa", testa o antigo defesa-central. Já envolvido no segundo ano consecutivo como técnico dos juniores A, Leão partilha a satisfação pela oportunidade de ajudar quem o fez.

"Regressar era obrigatório pelas glórias vividas aqui. Foi no Salgueiros que nos fizemos homens e num altura que o clube está a tentar renascer devemos ajuda na sua ascensão", defende o antigo médio, que acompanhou Carlos Manuel e Renato na ida para o Sporting em 1997/98. Bola endereçada ao mais novato a abraçar a carreira de técnico.

"É um grande orgulho continuar ligado ao clube no qual me iniciei. Regressei o ano assado para joga por convite do Pedro e estou com toda a dedicação neste projecto, agora a treinar. Acho que é o clube ideal para começar", revela Renato.

Pedro Reis, Renato e Leão transportam com eles a inegável alma salgueirista, pelo que lembram com nostalgia os tempos dourados na I Dvisão. Fica aqui relatada a história mais curiosa.

"Houve uma época que estávamos em risco de descida com o Filipovic. A equipa não marcava golos e avançado titular era o Draskovic. Eu e o Madureira em jeito de brincadeira dissemos ao técnico que tinhamos um amigo, um avançado português, que tinha vindo da Alemanha e era forte no jogo aéreo. Ele concordou em vê-lo e nós levamos ara o treino um amigo nosso da Foz, que era anão. O Draskovic ficou danado e quando viu quem era, só queria matar Madureira", conta Pedro Reis, dando azo a uma gargalhada geral.