Foto da Semana XVI
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O que pedimos ao Sr. Fernando Almeida este ano? Pedimos quase tudo... Pedimos que fosse uma referência: que explicasse aos mais novos o que era o clube, o Salgueiros que conheceu durante 6 anos no futebol profissional de 1.ª Divisão. Mas pedimos mais… Pedro Reis pediu que fosse uma espécie de eco da sua voz dentro do campo e ele assim fez: corrigiu posicionamentos, deu indicações, mas também esteve sempre disponível para a primeira palavra de incentivo após um momento menos conseguido de um colega. Depois pedimos que marcasse grandes penalidades: fê-lo com classe, frieza e elegância, quase sempre cumprimentando o guarda-redes que acabava de bater. Depois de assegurar a titularidade pedimos que assumisse o jogo da equipa, que fosse um ‘10’ e um extremo simultaneamente, que tabelasse e finalizasse, que se movimentasse e ganhasse espaços: assim fez e o futebol da equipa melhorou de imediato, na proporção inversa aos minutos que passava no banco. Vai dai, começamos a pedir-lhe que aguentasse os 90 minutos, e este Sr. foi começando a completar jogos sucessivamente, terminando a época com 17 incompletos e 9 completos – 26 dos 28 disputados. Ultimamente, como a pedir não somos meigos, foi necessário que desempenhasse um novo papel – médio defensivo – para dar consistência à equipa. Começou com 10/15 minutos finais em duas partidas, mas nos últimos 2 jogos foi mesmo o tempo completo, jogando quase lado a lado com Monteiro e por vezes até mais recuado que este. O que fez o Sr. Fernando Almeida? Vestiu o fato-macaco e com a humildade que o caracteriza deu o que tinha e o que não tinha: correu, ocupou espaços, prescindiu de virtuosismos individuais, fez carrinhos e disputou todas as bolas. Saltou (como se vê na foto) contra 2 ou contra 3 e fez dos seus 1,74m quase 2 metros intransponíveis, imaginando-se o desgaste que os sucessivos duelos no futebol aéreo - que esta posição em campo exige - provocam em articulações com 41 anos de rodagem, com seguramente mais de 20 anos de futebol em cima.
O Sr. Fernando Almeida foi e é um exemplo. Um exemplo de humildade e de entrega. Já lhe pedimos tanto e ele sempre correspondeu com qualidade, classe e ALMA. Só lhe podemos fazer mais um pedido: só mais um ano por favor!

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Figueiredo, ou ‘Figas’ como os colegas chamam por ele em campo, tinha à partida para esta época algumas dificuldades para ter sucesso, senão vejamos: chegava ao clube com 5 jogos de castigo para cumprir, sendo certo que outros, nomeadamente os homens da casa Renato e Eládio, tinham assim condições de assegurar a titularidade desde o início, numa posição em que a estabilidade é norma a defender; depois, apesar de ser do grupo dos 5 menos jovens que integravam o plantel, era o único sem ligações passadas ao Salgueiros (pelo menos conhecidas); finalmente havia um desconhecimento geral do seu passado, sabendo-se apenas genericamente que chegava do Pasteleira e que já tinha tido algumas passagens por outros clubes de futebol distrital como o Desportivo de Portugal.
Neste cenário Figueiredo partia para a época com tudo a provar perante os adeptos. Como se previa tardou a ser utilizado após a dupla inicial de centrais ganhar rodagem, e só à 7.ª jornada se estreou com 20 minutos de jogo, só voltando a jogar, dessa vez a titular na 11.ª jornada, por ausência de Renato. Seguiram-se 2 jogos em dupla com Nandinho, após lesão de Eládio e com Renato ausente por motivos profissionais. Contra o Cruz tentou-se o regresso de Eládio, que resultou em lesão prolongada. Na primeira jornada da 2.ª volta com Renato de regresso foi suplente, tendo no jogo seguinte alinhado a lateral direito, mas a lesão de Nandinho nesse jogo abriu-lhe as portas para a titularidade em definitivo. Desde esse dia formou dupla estável em toda a segunda volta com Renato, com excepção do jogo em Pedroso em que alinhou com Eládio por castigo de Renato.
Com o decorrer dos jogos os salgueiristas ficaram a conhecer bem o perfil de Figueiredo. Começou dando nota de ser de facto um jogador bem adaptado ao futebol distrital – sem peneiras para despachar a bola para fora sem contemplações, optando sempre pelas soluções mais práticas, sem grande preocupação com a beleza das mesmas. A dupla com Renato era muito equilibrada: o que Renato oferecia de calma, defesa posicional e construção de jogo, Figueiredo complementava com intercepções em antecipação, entradas mais ríspidas sempre que necessário ‘colado’ aos avançados e saída de posição para as alas para compensação das subidas dos laterais. De jogo para jogo melhorou e ganhou o estatuto de indiscutível, tendo nos últimos jogos remetido Eládio ao banco de suplentes. Estatuto conseguido com garra, determinação e esforço em campo.
Teve alguns jogos absolutamente decisivos no percurso da equipa, especialmente no último terço do campeonato… O mais recente em Pedroso, com cortes de recurso em igualdade numérica a evitar contra ataques muito perigosos do Pedroso, que permitiram à equipa manter uma postura ofensiva de risco, com a segurança de ter na retaguarda uma dupla de centrais que fez um jogo irrepreensível. Podíamos também recordar o jogo do S. Romão em casa ou até do CART, mas não foram casos únicos. Figueiredo impôs-se e fez uma grande segunda volta. Sem peneiras e sem ‘rodriguinhos’, mas com imensa eficácia e garra, dando um carácter à equipa que só a experiência de futebol distrital poderia proporcionar. Um carácter que sem dúvida fazia falta.
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2 Respostas
  1. KODIAK Says:

    Sem duvida um dos obreiros deste renascimento!
    MUITO OBRIGADO FERNANDO


  2. Raquel Says:

    Grande Figueiredo!!

    um jogador completo, simples, daqueles que faz falta..
    Força Salgueiros!


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