O regresso da Alma
Não sabia o que me esperava ontem... Sabia ao que ia mas não sabia nem o que ia encontrar, nem o que ia trazer.
Depois de contados, são 20 anos de clube e de futebol, com os últimos 3 interrompidos à força e sem pedir licença. Ausência demasiado dolorosa para não duvidar que já não fosse tarde demais... mas parece que não é.
Às 8 da noite de uma Quinta-Feira em mês de férias, talvez 100, 150 ou 200 eternamente fieis apareceram, não sei bem. Fieis salgueiristas saudosos e duvidosos, que ao primeiro sinal de vida fizeram saber aos seus companheiros que não estiveram sós no sentimento de perda.
Uns avisados no último minuto por telefone, outros a chegarem às 21:00 por indicação de um jornal menos bem informado... Mas chegaram... e sentiram. Sentiram de novo as suas cores e o seu Salgueiros em campo, mesmo sem águia, mesmo com cor única... mas sentiram e sentiram forte.
Viveu-se e sofreu-se Salgueiros. Insultos e impropérios dispararam sem carecer de razão, alguns seguramente entupidos há mais de 4 anos à espera desta oportunidade. Um dos nossos é empurrado contra a rede e a bancada levanta-se e protesta... meia dúzia corre para o local prontos para invadir o campo se necessário fosse. No mínimo. Entretanto já tinha sido providenciado um bombo, porque a Alma Salgueirista sem bombo não bomba. Alguns começavam a interrogar-se se não estaríamos a viver a primeira noite europeia a decorrer no campo do Senhora da Hora.
Entretanto no campo estava uma equipa com muitos desconhecidos para os adeptos, alguns ex-juniores e no banco duas figuras 'históricas'. Surpreendentemente (ou não), com fénix ao peito e totalmente de branco, não deixaram de mostrar que estão prontos e mais do que dispostos a dar nova vida à nossa Alma que quer e precisa de renascer. Mais. Até jogaram bom futebol e alguns deles tiveram mesmo bastantes bem. Não sei se será o plantel definitivo ou não. Neste momento pouco importa. Com aqueles ou com outros a bola voltou a saltar e a Alma a vibrar.
A cerveja começou a fluir no bar do Senhora da Hora e o Salgueiros estava de novo vivo.
E mais? Mais...
Ver o Vinha terminar o aquecimento e vir para o banco, único jogador do mundo oriunda da... Exponor, e os olhos encarnados nas bancadas brilharam. Ele acenou aos adeptos e teve salva de palmas em pé, Não sei que memórias cada um reviveu naquele instante... eu revivi as minhas. O Fernando Almeida nessa altura já por lá andava em campo e ainda teve tempo de marcar o penalty decisivo.
Ainda protestamos com os penalties roubados, desesperamos com dois falhanços imperdoáveis que conseguimos perdoar de imediato, e sofremos em conjunto para ganhar no desempate, não da lotaria, mas da classe do pequeno que conseguiu ser grande guarda-redes Pedro.
Tudo isto numa noite na Senhora da Hora, a 28/08/08 que marcou oficiosamente o regresso do Salgueiros ao futebol.
No final já sei o que trouxe... mesmo sendo de um Torneio do Senhora da Hora com 4 equipas dos campeonatos distritais. Trouxe uma alegria que andou fugida 3 anos - a alegria de sofrer pelo e com o Salgueiros.
Ainda bem que estive lá.
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