Golpe de Mariani com o condão de Pedro Maria
Quando a um minuto do fim se tem um golo de vantagem, posse de bola e superioridade numérica por 20 segundos, só um verdadeiro disparate fará com que essa equipa perca. Mas foi isso que aconteceu ao Portinado. O que se terá passado pela cabeça de Maxim Secrieru quando resolveu, sem qualquer sentido, rematar à baliza, falhar o alvo e ainda por cima ficar com menos um no contra-golpe? Este foi, sem dúvida, o momento do jogo que deu sequência a um último minuto impensável que os jogadores do Salgueiros jamais irão esquecer, principalmente Pedro Maria, melhor jogador em campo e decisivo nos momentos cruciais, e Miguel Mariani, autor do golo da reviravolta a 12 segundos do fim.

À procura de fazer o pleno nesta temporada, a formação algarvia cedo tentou ganhar vantagem e conseguiu-o por intermédio de Rui Moreira e Dumitru Sobetchi, com remates de longa distância, que ditaram o resultado no primeiro parcial, marcado pelo desacerto do húngaro Karoly Szavai.

O técnico Fernando Leite viu bem e colocou em campo Pedro Maria, que regressou à competição após cumprir quatro jogos de castigo, e desde logo notou-se a diferença do atleta mais tecnicista a jogar em Portugal na posição de pivot: após uma jogada de laboratório, rematou em chapéu e reduziu a diferença, para minutos depois, em jogada de mais um, assistir Gilberto Lobo, em mais um trabalho de equipa que dá gozo ver.

O Portinado voltou a liderança na partida com um tento, em contra-ataque, de Maxim Secrieru, e antes do final do parcial, Ricardo Biss, em mais um, falhou incrivelmente o 4-2.

O terceiro período fica marcado pelo cansaço evidenciado pelas duas equipas, mais do Portinado – o jogo praticamente canalizado para Rui Moreira –, com ambas a jogarem com apenas três jogadores na frente de ataque.

Miguel Mariani restabeleceu o empate através de uma grande penalidade cometida por Mycola sobre Jorge Lopes. Daqui para a frente, o guarda-redes da Seleção Nacional passaria a ser um dos protagonistas do encontro ao defender uma série de remates dos jogadores «encarnados».

Cristiano Joaquim, com um chapéu de belo efeito, volta a colocar o Portinado na frente. Do outro lado, Gilberto Lobo, isolado, podia ter voltado a empatar a partida, mas o remate saiu ao poste. Os segundos finais deste parcial foram de alguma contestação por uma falta de ataque assinalada ao Salgueiros quando Pedro Sousa conduzia a bola para a baliza numa situação de três contra dois. Paulo Ramos e Luís Santos pararam o jogo, reuniram atrás de uma das balizas e mantiveram a decisão.

Rui Moreira fez nos primeiros minutos do quarto tempo o 5-3, numa situação de mais um, e tudo parecia encaminhado para que o Portinado levantasse o troféu no final da partida. Mas o Salgueiros, com a sua «Alma» - que também esteve na bancada –, nunca virou a cara à luta e teve dois jogadores em evidência na defesa: Jorge Lopes, que anulou Rui Moreira no confronto direto, e Tiago Costa, capitão da Seleção Portuguesa, irrepreensível na marcação a António Grácio.

Diogo Sousa arrancou mais um penalty para o Salgueiros e Miguel Mariani cumpriu e reduziu para a margem mínima.

Com o jogo completamente partido, perdiam-se muitas oportunidades de golo para ambos os lados. É então que surge, a cerca de um minuto do fim, o disparate de Maxim que, em vez de jogar a superioridade numérica, preferiu rematar sem qualquer sentido. No contra-ataque, o Salgueiros arranca uma expulsão e Pedro Maria, na ponta esquerda, faz o golo do empate a 44 segundos do final.

Tudo podia ainda acontecer. O Portinado perde mais uma bola no ataque e no contra-ataque Miguel Mariani, com um remate espelhado, faz o golo da reviravolta a 12 segundos do fim e dá a vitória à sua equipa.

Não se percebe bem o que se passou pela cabeça de Evghenii Trubetcoi, que passou ao lado deste jogo, quando no recomeço do encontro, ainda no meio campo, rematou de imediato à baliza – a bola saiu ao lado –, quando Rui Moreira já estava a pivot e bem enquadrado para poder ainda levar o jogo para prolongamento.

O Salgueiros conquista o único troféu nesta época, numa partida em que Fábio Bota (Portinado) se despede das piscinas como jogador.

Arbitragem regular de Paulo Ramos e Luís Santos.



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